segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Entre a Jornada e a Arte, conexões e concepções

O blog Areté e Timé - palavras que querem dizer "Superioridade" e "Honra", respectivamente - é um único blog destinado a unir dois treinamentos do Instituto ATENA: "A Jornada do Herói"® e "A Arte da Guerra Oriental"®, assim como o blog Liderança e Estratégia foi criado para unir os treinamentos "Liderança Corporativa e PNL"® e "Estratégia em Ação"®. Mas o que efetivamente une esses dois treinamentos?

A Jornada
A Jornada do Herói, sobre a qual já foram publicados, aqui, mais de vinte textos, é um treinamento de caráter pessoal, destinado a alinhar metas (em qualquer âmbito do herói-cliente) aos seus valores através de ferramentas criadas e patenteadas num processo que usou a transdisciplinaridade para unir mitologia grega, programação neurolingüística, psicologia analítica, antropologia, neurociência cognitiva e storytelling coach. É um treinamento único, criado através de uma integração íntima que só foi possível graças a anos de estudos e pesquisas. Mas e a "Arte da Guerra Oriental"®?

A Arte
O treinamento "A Arte da Guerra Oriental"® é um treinamento avançado em metas e resolução de conflitos que abrange a cultura política, a economia, o modo de pensar, as religiões e filosofias e as relações internacionais das três maiores culturas do oriente contemporâneo: Índia, China e Japão. Digo "avançado" porque "A Arte da Guerra Oriental"® é um treinamento que exige mais do Artista-cliente e do treinador, é um treinamento longo, com quatro meses de duração, o único treinamento de "formação" do Instituto ATENA. Para ilustrar onde, como e quando os dois treinamentos se interceptam e se completam, vou fazer algo que meus Heróis da Jornada adoram: explicar um conceito e contar uma história.

O Conceito
Yin e Yang, mais do que "passivo" e "ativo" são também conceitos de movimentos. Quando nosso coração se desinfla, levando sangue, nutrientes e oxigênio para nossas células, no momento da diástole, ou quando ele se infla, tragando o sangue que precisa ser limpo e realocado, na sístole, ele está, respectivamente, em movimentos centrífugas e centrípetas, em busca do yang - do ativo - ou do yin - do passivo, e é só assim que a vida é possível. O mesmo se opera na vida psíquica do indivíduo. Precisamos de momentos de extroversão e introversão, dos nossos silêncios tanto quanto das nossas conversas, de excluir tudo o que não nos pertence tanto quanto de incluir o novo. A energia psíquica se manifesta entre esses dois opostos e é a partir daí que a vida pulsa.

A História
Um dos períodos mais importantes da história da China, foi o período dos "Dez Grandes", um período entre o aparecimento da espécie humana nas planícies chinesas e um grande dilúvio. O primeiro desses grandes imperadores foi Fu Hsi e o segundo Shen Nung.

Fu Hsi e Shen Nung
Fu Hsi foi, consta a lenda, o criador (ou descobridor) dos trigramas que formam o I-Ching. Ele criou apenas os oito trigramas e não 64 hexagramas que compõem o "Livro das Mutações", mas deu início a todas as concepções que embasaram um dos oráculos mais antigos do mundo. A seu modo, estabeleceu uma nova concepção do mundo e uma nova forma de se relacionar com ele, ou seja, fincou sua marca e, a partir da sua existência, haveria uma nova forma de vivenciar aquele universo, de ler o território da realidade. Foi - na concepção da neurolingüística - um criador de mapas, na concepção da mitologia local e da história do seu país, um imperador e um Herói.

Shen Nung inventou o arado e instituiu os mercados, dando início tanto à produção quanto à troca de mercadorias no território chinês.

O Imperador Amarelo
Após esses dois imperadores seguiu-se o império de Yen-ti que foi destronado por seu irmão, Huang Ti, o famoso "Imperador Amarelo". Esse magnífico e mítico imperador teve nada menos do que vinte e cinco filhos, dos quais não menos do que doze famílias feudais do período Chou se proclamaram descendentes! Huang Ti inventou o uso do fogo, queimou as florestas das montanhas, limpou as matas, incendiou os pântanos e expulsou os animais selvagens. Então os homens puderam criar o gado. Sob seu império foram subjugados os bárbaros das quatro fronteiras, alguns dos quais, conta o mito, tinham furos no peito, braços longos e olhos afundados. Ele consultou seus sábios sobre o Terraço Brilhante (Céu, astrologia) e ordenou que se fizessem tubos musicais e uma estrutura com dez sinos "para harmonizar os cinco sons".

Compreender a importância do Imperador Amarelo, para a China, é compreender a mentalidade yang chinesa e suas ramificações na compreensão e uso prático do poder. Mais adiante, em outro artigo, falaremos da mentalidade Yin, por hora, ficamos com uma passagem prática e densa dadimensão do pensamento Yang do Grande Livro do Imperador Amarelo:

"Dominando o vasto mundo, tenho apenas um propósito em vista, ou seja, manter controle absoluto e cumprir com as obrigações de Estado. Objetos estrangeiros e caros não me interessam. [...] Não tenho necessidade dos manufaturados de vosso país [...] Cabe a vós, ó Rei, respeitar minhas opiniões e manifestar ainda maior devoção e lealdade no futuro, para que, através da perpétua submissão ao nosso trono, possais assegurar paz e tranquilidade a vosso país daqui por diante. [...] Nosso Império Celestial possui todas as coisas em prolífica abundância e não carece de nenhum produto dentro de suas fronteiras. Não havia, portanto, nenhuma necessidade de importar manufaturas bárbaras de fora, em troca de nossos produtos. [...] Não esqueço a distância solitária de vossa ilha, separada do mundo por extensões imensas de mar; tampouco esqueço vossa escusável ignorância sobre os costumes de nosso Império Celestial."

A lógica da mentalidade chinesa, para quem sabe perceber os movimentos internos e externos contemporâneos tanto da sua economia como política, mentalidade e religião. Essa lógica, junto com as lógicas indiana e japonesa são modeladas e trabalhadas no treinamento "A Arte da Guerra Oriental"® para criar o melhor curso de formação de Artistas da Guerra, de artistas do conflito, o espaço onde se produzem as melhores condições possíveis para o florescer completo do artista da guerra. E o que é o Artista da Guerra?


“Um artista da guerra, nada mais é do que um artista do conflito. Aquele que manipula o conflito retirando dele soluções, idéias criativas, saídas inesperadas, úteis e principalmente, tendo conseguido seu objetivo inicial, que está sempre para além do conflito.”Renato Kress

Texto: Renato Kress
Criador dos Treinamentos "A Jornada do Herói"® e "A Arte da Guerra Oriental"®