Nuvens em tijolos
Podemos até acreditar que sonhar é colocar as idéias, os pensamentos ou os atos nas nuvens, mas a vida se preenche diariamente de pequenos sentidos à medida em que atuamos em cima dessas nuvens. Enquanto cada caminhar nosso seja um materializar de nossas expectativas, de nossas percepções e projetos nossa vida possui algum sentido, como aquele rapaz que disse que não sabe sobre o sentido da vida, mas sabe sobre o sentido da frase que diz agora e do elo de sentido dessa frase com a anterior e com a próxima e aí temos uma noção de trajetória. Então a vida se torna suportável.
As coisas mais ridiculamente simples, que damos por feitas e resolvidas, não seriam feitas sem um ato da nossa vontade orientada para aquela finalidade. A barba não seria feita, o trabalho acumularia, o estudo atrasaria, o dia passaria em vão. Muito do que damos por resolvido desde já só está "resolvido" porque o esteve antes, em nossas mentes. Nós antevemos passo a passo a resolução de cada pequena etapa do nosso dia e, assim, organizamos o caos em cosmos (ordem) e criamos sentido para cada mínimo abotoar de camisa ou, para as mocinhas, a escolha da cor do batom.
Meios e metas
Talvez quase tudo na vida seja um meio para maiores metas. Pensar num sentido da vida talvez seja enveredar por um caminho que nos fará pensar diretamente sobre o que mais temos receio de pensar: a finitude, a morte. Engraçado como ao longo da vida abandonamos essa condição imprescindível que nos diferencia dos demais animais: a consciência da morte. Existem animais que possuem comportamentos geneticamente determinados em relação à velhice e à doença, mas eles não manifestam efetivamente uma consciência de sua própria finitude, apenas vivem naturalmente o dia enquanto dia, a fome enquanto fome, o sono, o calor e o frio enquanto dados da natureza, do presente, do agora.
O inevitável que evitamos
Pensarmos em um sentido para a vida implica pensarmos na finitude dela, pois somente podemos dar sentido - dar significado - a algo que já abarcamos por completo (mesmo que apenas em nossa imaginação). Dar um significado para a vida é pensá-la através da morte. O que de mim fica quando eu me vou? O que deixo para os que conviveram comigo ou até mesmo para a humanidade? Talvez por isso seja tão complicado darmos um sentido para a vida, porque planejamos cuidadosamente nossa trajetória mental afim de que ela passe o mais longe possível do curso natural da vida, que é a morte. Talvez dar um sentido para a vida na nossa sociedade contemporânea seja tão impossível quanto imprescindível, justamente porque nos apegamos a essa ilusão de permanência, essa ilusão da qual só aceitamos abrir mão em prol de uma ilusão mais sedutora, a meta.
A doce liberdade que nos traz responsabilidade
Se somos todos humanos, falíveis e defectíveis, podemos assumir nossa limitação infantil em resguardarmo-nos entre cosméticos e cirurgias, ou entre carros e ternos de forma mais consciente, mais orientada em relação às nossas metas maiores. Ou à meta maior, do maior sentido de que dotaremos nossas vidas. A grande magia do sentido da vida talvez seja justamente a liberdade que temos de dar a ela o sentido que melhor nos identifique. Por isso no treinamento da Jornada do Herói, a primeira etapa é uma determinação explícita de nossa meta primária ali, do que pretendemos efetuar com as ferramentas e os recursos apreendidos naquela pequena jornada, impulsionadora de outras maiores jornadas em nosso futuro.
As coisas mais ridiculamente simples, que damos por feitas e resolvidas, não seriam feitas sem um ato da nossa vontade orientada para aquela finalidade. A barba não seria feita, o trabalho acumularia, o estudo atrasaria, o dia passaria em vão. Muito do que damos por resolvido desde já só está "resolvido" porque o esteve antes, em nossas mentes. Nós antevemos passo a passo a resolução de cada pequena etapa do nosso dia e, assim, organizamos o caos em cosmos (ordem) e criamos sentido para cada mínimo abotoar de camisa ou, para as mocinhas, a escolha da cor do batom.
Meios e metas
Talvez quase tudo na vida seja um meio para maiores metas. Pensar num sentido da vida talvez seja enveredar por um caminho que nos fará pensar diretamente sobre o que mais temos receio de pensar: a finitude, a morte. Engraçado como ao longo da vida abandonamos essa condição imprescindível que nos diferencia dos demais animais: a consciência da morte. Existem animais que possuem comportamentos geneticamente determinados em relação à velhice e à doença, mas eles não manifestam efetivamente uma consciência de sua própria finitude, apenas vivem naturalmente o dia enquanto dia, a fome enquanto fome, o sono, o calor e o frio enquanto dados da natureza, do presente, do agora.
O inevitável que evitamos
Pensarmos em um sentido para a vida implica pensarmos na finitude dela, pois somente podemos dar sentido - dar significado - a algo que já abarcamos por completo (mesmo que apenas em nossa imaginação). Dar um significado para a vida é pensá-la através da morte. O que de mim fica quando eu me vou? O que deixo para os que conviveram comigo ou até mesmo para a humanidade? Talvez por isso seja tão complicado darmos um sentido para a vida, porque planejamos cuidadosamente nossa trajetória mental afim de que ela passe o mais longe possível do curso natural da vida, que é a morte. Talvez dar um sentido para a vida na nossa sociedade contemporânea seja tão impossível quanto imprescindível, justamente porque nos apegamos a essa ilusão de permanência, essa ilusão da qual só aceitamos abrir mão em prol de uma ilusão mais sedutora, a meta.
A doce liberdade que nos traz responsabilidade
Se somos todos humanos, falíveis e defectíveis, podemos assumir nossa limitação infantil em resguardarmo-nos entre cosméticos e cirurgias, ou entre carros e ternos de forma mais consciente, mais orientada em relação às nossas metas maiores. Ou à meta maior, do maior sentido de que dotaremos nossas vidas. A grande magia do sentido da vida talvez seja justamente a liberdade que temos de dar a ela o sentido que melhor nos identifique. Por isso no treinamento da Jornada do Herói, a primeira etapa é uma determinação explícita de nossa meta primária ali, do que pretendemos efetuar com as ferramentas e os recursos apreendidos naquela pequena jornada, impulsionadora de outras maiores jornadas em nosso futuro.
O que não vale, nessa seríssima brincadeira toda, é viver escondido entre anacronismos, encolher nossos ombros, nossa vida, nosso potencial e significado em almofadados ambientes infantis, sejam eles o útero macio do nosso ego inflado, de ideologias religiosas, políticas ou alimentares, ou as mais diversas propagandas que prometem freiar o tempo ao nosso redor. A vida precisa de um significado e só há uma pessoa que pode dotar de significado a sua vida. Se estiver na dúvida passe num espelho e procure, esse indivíduo se esconde por lá.
Quem é o protagonista da sua biografia?
Texto de: Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA
Criador dos treinamentos A Jornada do Herói e A Arte da Guerra Oriental
Quem é o protagonista da sua biografia?
Texto de: Renato Kress
Diretor do Instituto ATENA
Criador dos treinamentos A Jornada do Herói e A Arte da Guerra Oriental
Belíssimo texto!
ResponderExcluirRecebi a indicação do seu blog de uma amiga em comum, e me surpreendi com o que encontrei por aqui!
Parabéns!
Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com//
Muito bom! Vou compartilhar. Estamos estudando temas muito similares, e este vai auxiliar.
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